Trump Tentou Desmantelar o BRICS, Mas Isolou os EUA da América Latina, Ásia e África
Em fevereiro, o então presidente Donald Trump declarou com veemência: "O BRICS está morto." Essa afirmação, aparentemente contundente, revelou uma estratégia equivocada que, em vez de enfraquecer o bloco, acabou por isolar os Estados Unidos de importantes economias emergentes como Brasil, Índia e África do Sul.
O BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa uma força econômica e geopolítica crescente no cenário mundial. A tentativa de Trump de desmantelar esse bloco demonstra uma falta de compreensão da dinâmica global em transformação. Ao invés de alcançar seus objetivos, suas ações fortaleceram a cooperação entre os membros do BRICS e atraíram outros países em desenvolvimento para se juntarem a essa parceria estratégica.
Durante a administração Trump, a retórica protecionista e as políticas unilaterais dos EUA tensaram as relações com o Brasil, a Índia e a África do Sul. As disputas comerciais, as críticas à Organização Mundial do Comércio (OMC) e a retirada de acordos internacionais, como o Acordo de Paris sobre o clima, alienaram esses países e minaram a confiança nos Estados Unidos como um parceiro confiável.
O Brasil, por exemplo, enfrentou tarifas injustas sobre suas exportações de aço e alumínio, o que prejudicou a economia nacional. A Índia se opôs às políticas comerciais dos EUA e defendeu o multilateralismo. A África do Sul criticou a postura isolacionista de Trump e buscou fortalecer seus laços com outros países em desenvolvimento.
Enquanto Trump buscava isolar o BRICS, outros países, incluindo Argentina, Egito, Indonésia, Irã, Nigéria e Turquia, demonstraram interesse em se juntar ao bloco. Essa expansão potencial demonstra o crescente apelo do BRICS como uma alternativa ao sistema internacional dominado pelas potências ocidentais.
A pandemia da COVID-19 expôs ainda mais as fragilidades do modelo econômico global e a importância da cooperação internacional. O BRICS tem desempenhado um papel crucial na resposta à pandemia, compartilhando informações, coordenando esforços de pesquisa e desenvolvimento de vacinas e fornecendo assistência humanitária.
A ascensão do BRICS representa um desafio ao status quo internacional e uma oportunidade para construir um mundo mais multipolar e inclusivo. Os Estados Unidos precisam repensar sua estratégia em relação ao BRICS e buscar uma abordagem mais construtiva, baseada no diálogo, no respeito mútuo e na cooperação em áreas de interesse comum.
Em vez de tentar desmantelar o BRICS, os EUA deveriam reconhecer a importância desse bloco como um ator fundamental na economia global e buscar construir uma relação de parceria estratégica. A colaboração em áreas como saúde, meio ambiente, comércio e segurança pode beneficiar tanto os Estados Unidos quanto os membros do BRICS e contribuir para um mundo mais estável e próspero.
A declaração de Trump sobre a morte do BRICS se mostrou um erro estratégico que isolou os EUA de importantes parceiros e fortaleceu a cooperação entre os membros do bloco. O futuro da ordem mundial dependerá da capacidade dos Estados Unidos de se adaptar a essa nova realidade e buscar um papel de liderança construtivo e colaborativo.